Rose is Rose Mário Latino Numa época em que tiras em quadrinhos parecem se resumir a cabeças falantes, “Rose is Rose” parece ser uma boa exceção. Escrita e desenhada por Pat Brady nos narra o dia a dia de Rose , a protagonista, seu esposo Jimbo e o pimpolho Pasquale . Dito desta forma até poderíamos pensar que é uma “family strip” convencional. Nada mas falso, pois Brady nos obsequia com uma abordagem ousada, com perspectivas e ângulos pouco comuns, que resulta num visual arrojado, bem diferente da mesmice das “comic strips” de hoje. E se o desenho é bom, muito bom mesmo, é bom apontar que ele só serve aos propósitos de um texto primoroso como poucos. Porque as experimentações do autor não se restringem ao aspecto visual, pois ele muda a aparência das personagens conforme os sentimentos das mesmas. Assim, quando Rose visita a sua mãe e esta lhe oferece biscoitos caseiros recém saídos do forno, a protagonista se transforma numa garotinha feliz. Algumas
vezes a tira age como um quebra-cabeça onde a primeira vinheta
estabelece o enigma que é resolvido só no último quadro,
deixando o leitor extasiado. Isso para não falar da relação
entre as personagens centrais da tira, uma relação de amor
explícita e sadia como poucas já retratadas nas tiras de
jornal.
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