Dick Moores
Praticamente
um desconhecido por estes lugares, Moores é um dos grandes das
histórias em quadrinhos
Al
Marat
Quando
Dick Moores começou a trabalhar no estúdio de Chester Gould,
começou como a maioria dos aspirantes a cartunista: fazendo detalhes
de fundo, letreiramento, colocando retículas, mexendo com as cores
da página dominical e apagando o lápis dos originais.
Foram seis longos anos em que o jovem Moores passou aprendendo os segredos
do ofício, até que, em 1936, decidiu criar sua própria
tira em quadrinhos. Enquanto continuava no estúdio de Gould, o
novato Dick Moores criou a série Jim Conley, cujo
protagonista era um ex-presidiário que, após cumprir sentença
pelo crime cometido, fora libertado para enfrentar os terríveis
dias da Grande Depressão.
A tira, com uma premissa para lá de interessante, foi aceita pelo
United Feature Syndicate de imediato. Mas o entusiasmo do United
Feature não foi compartilhado pelos donos de jornais visto
que, nos meses seguintes, ninguém se interessou pela tira. A pedido
do syndicate, Moores a modificou, transformando o protagonista num simples
desempregado e mudando seu nome para JIM HARDY. Mesmo com todas
essas mudanças, poucos jornais a compraram. Moores não se
deixou abater e continuou fazendo a tira esperando que, com o tempo, sua
popularidade aumentasse.
Nos
seguintes seis anos, numa tentativa de se distanciar dos padrões
estéticos de Dick Tracy, Moores fez que o protagonista,
inicialmente magro, engordasse até ficar obeso. Já no final,
quando o artista acertou o traço, o herói recuperou sua
figura esbelta.Para essa época a tira era conhecida como Windy
and Paddles.
No início dos anos 40, Dick Moores foi trabalhar no departamento
de histórias em quadrinhos dos estúdios de Walt Disney fazendo
a arte-final de Mickey Mouse, quando o desenhista era Floyd
Gottfredson. Ficou lá até 1956, ano em que recebeu o convite
do célebre Frank King, desenhista de Gasoline Alley,
para ser seu assistente. Moores aceitou na hora.
Quando
Dick Moores foi trabalhar com King, Gasoline Alley era uma
das tiras mais populares da imprensa, na verdade uma crônica da
classe média americana. De início, e como Frank King adorava
desenhar, Moore passou a roteirizar as tiras diárias. Nessa época
as páginas dominicais eram roteirizadas e desenhadas por Bill Perry.
Dois anos mais tarde, Dick já estava fazendo parte do trabalho
a lápis. A partir de 1963, e com o gradativo afastamento de King
- estava com mais de oitenta anos - a maior parte do trabalho era feito
por Moores. King reconheceu isto e lhe propôs sociedade. Sua assinatura
começou a aparecer num canto da tira.
Com a morte de King em 1963, Moores continuou fazendo a tira sozinho.
Em 1975 Perry aposentou-se e, a pedido do Chicago Tribune-NY News Syndicate,
Moore assumiu, também, a página dominical. Era muito trabalho
e o artista viu-se precisado a contratar Bob Zachiesche como seu assistente.
O próprio filho de Moores fazia o letreiramento.
Em
1979, Zachiesche abandonou a tira e entrou como assistente Jim Scancarelli,
que acabou se adaptando, maravilhosamente, aos traços de Moores.
O trabalho de Moores em Gasoline Alley passou a ser reconhecido
por todos. No ano de 1974 recebeu o Reubens - o Oscar dos quadrinhos
- como melhor desenhista do ano.
Moores morreu em 1986 e Scancarelli, que já tinha assimilado o
traço de Moores, continuou a obra.
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