Jerry Robinson

Do Coringa para a fama

Mario Latino

Para muitos os verdadeiros responsáveis pelo sucesso do Batman foram Bill Fingers e Jerry Robinson - embora nunca recebessem os créditos.

A crônica oficial dos quadrinhos diz que Bob Kane e Fingers criaram Batman em 1939. A história fez um sucesso fenomenal da noite para o dia e logo os dois artistas estavam com mais trabalho do que podiam dar conta. Começaram a procurar um assistente e o escolhido foi Jerry Robinson.

Na verdade, Robinson tinha pouca experiência com quadrinhos quando começou. Abordado, acidentalmente, por Kane - que ficara admirado com uns desenhos que Robinson fizera na jaqueta - não tinha muito apreço pelos comics. Mesmo assim, trancou a faculdade e se transferiu para Nova Iorque, onde começou a trabalhar no estúdio de Kane.

Não levou muito tempo para que o jovem Robinson enxergasse o potencial dos quadrinhos. Seu primeiro trabalho (arte-final e letreiramento) só apareceu no terceiro ou quarto número da revista.


Graças a Robinson, o Batman ganhou um visual mais estilizado e dinâmico. Perdia-se assim o desenho quadrado e estático de Kane.

A verdadeira contribuição de Robinson veio, porém, com o Coringa. Dizem que, à beira do esgotamento, Finger pediu ajuda para o jovem Robinson e este apareceu no dia seguinte com a idéia do Palhaço do Crime, surgida das cartas de baralho. Ao ver os esboços do vilão - idealizado pelo seu assistente - Finger teria se lembrado de O Homen que ri, da obra de Conrad Veidt. Kane e Finger aprovaram a personagem que, mais tarde, se tornaria o maior inimigo do Homem-Morcego. Esta contribuição de Robinson ao mito do Batman sempre seria reconhecida. Ultimamente, com o sucesso dos filmes de Batman, Bob Kane teria adjudicado-se, exclusivamente, a criação do personagem.

Mais tarde, Robinson ainda fez algumas contribuições no visual do Pinguim - vilão que Finger criara inspirado numa propaganda de cigarros da marca Kool. Ainda criou o logotipo de Batman que permanece até hoje.

Cansado de trabalhar em Batman, Jerry Robinson saiu do título no ano de 1946. Trabalhou com Mort Meskin, sempre para a DC, na série Vigilante e em Johnny Quick. Mais tarde fizeram juntos Black Terror e the Fighting Yank.

Em 1956 começou a ensinar na School of Visual Arts à noite, enquanto continuava desenhando de dia. Entre seus alunos estava Steve Ditko.

Depois foi trabalhar ilustrando livros infantis, científicos, de história e biografias. Ainda criou uma tira para jornal, Jet Scott. Mas ele queria virar cartunista político. Acabou criando a série Still Life, espécie de cartum onde objetos inanimados opinam sobre as últimas notícias. A série virou sucesso. Após 15 anos de publicação, o nome da mesma mudou para Life with Robinson.

Em 1978 fundou The Association of American Editorial Cartoonists e The National Cartoonists Society das quais foi presidente e diretor editorial. À cabeça desse sindicato, Robinson representa mais de duzentos cartunistas e escritores arredor do mundo, agenciando-os para publicação nos Estados Unidos. Ganhou, ainda, três vezes o prêmio Reuben pelo conjunto da sua obra.

Escreveu vários livros, entre eles um chamado The Comics. Foi co-escritor e diretor de arte do filme Stereotypes. Atualmente forma parte do staff de diretores do International Museum of Cartoon Art de Boca Raton na Florida.


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