Joe Shuster

E Joe Shuster desenhou Super-Homem.

Al Marat

Poucos sabem, mas Joe Shuster, o desenhista que criou o visual daquele que seria o primeiro super-herói e uma das maiores contribuições à cultura popular do século vinte, era canadense.

Nascido em Toronto no ano de 1914, foi morar em Cleveland, Ohio quando tinha dez anos de idade. Aí acabaria conhecendo um aspirante a escritor chamado Jerry Siegel e com ele criaria um dos maiores ícones da história dos "comics", o Super-Homem.

Ambos jovens nutriam uma paixão quase doentia pela ficção científica e estavam constantemente criando "comics strips" que apresentavam para os jornais, sem resultado algum. Uma dessas tiras, feita em 1933, trazia uma personagem inspirada num romance de FC chamado "The Gladiator". O herói trazia o nome de Super-Homem e foi apresentado para o editor da revista Detective Dan que olhou os desenhos sem muito entusiasmo. Fulo da vida, Shuster rasgou os desenhos.

Este fracasso não seria o primeiro que a dupla de artistas teria que enfrentar. Em 1935, finalmente Siegel e Shuster conseguiram emplacar sua primeira história. Assim, Dr. Occult, o Detetive Fantasma fez sua estréia em More Fun, revista publicada pela DC. Mais tarde vieram Federal Men, Henri Duval, Radio Squad e Slam Bradley.

Os desenhos de Shuster se destacavam pela sua simplicidade e objetividade. O artista não gostava de ficar enrolando com detalhes inócuos que, em muitos casos, só têm a intenção de esconder falhas de desenho. Uma das suas inovações, já naquela época, foi aquilo que hoje é conhecido como "splash page", a página com um único quadrinho. Vendo os desenhos originais, o leitor pode ficar surpreendido ao saber que Shuster era um desenhista quase cego. "Para ver meu próprio trabalho eu tinha que trazer a página até uma distância de uma polegada", contou numa entrevista feita no final dos anos oitenta.

Em 1938, depois de ter reformulado o conceito do Super-Homem, ambos artistas venderam para a DC a tira que mudaria a história dos "comic books". Depois viriam centenas de imitadores que, apresentando variantes do conceito do super-herói, tentaram igualar o sucesso da dupla Siegel-Shuster. É inegável que Super-Homem foi o ponto alto da carreira de Shuster. Com o sucesso comercial da tira, Shuster teve que contratar outros desenhistas para ajudá-lo, mas ele ainda continuava a desenhar o rosto e a figura do Super-Homem.

No ano de 1945, Siegel entrou na justiça contra a DC pelos direitos do Super-Homem e Shuster teve que se afastar daquela que era sua maior criação.

Siegel e Shuster ainda criaram Funnyman que teve um resultado aquém do esperado. Depois de uma breve passagem pela Charlton Comics, Shuster -que não enxergava mais - decidiu encerrar sua carreira como desenhista. Era o ano de 1954.

O momento mais triste da sua vida ainda viria, anos mais tarde, quando trabalhando como mensageiro dos correios era obrigado a levar pacotes de correspondência ao prédio da DC, onde artistas mais jovens trabalhavam, a todo vapor, desenhando as histórias da personagem que ele ajudara a criar.

Foi só até o ano de 1976 que a DC, com o sucesso do filme Superman, concordou em pagar uma espécie da aposentadoria para Siegel e Shuster.

Shuster morreu no dia 30 de julho de1992.



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