Archie Goodwin

Roteirista e editor de revistas em quadrinhos por acaso.

Jaime Bernard

Archie Goodwin nasceu no dia 8 de setembro de 1937 em Kansas City, Missouri. A família Goodwin era meio nômade e sua infância foi uma sucessão de mudanças entre Missouri e o Kansas. Na época em que Archie iniciou seus estúdios de segundo grau, a família se encontrava radicada em Tulsa, Oklahoma. Foi no Will Rogers High School que ele ficou amigo de Paul Davis e Russell Myers quem, anos mais tarde, criaria a tira de humor Broom-Hilda.

Depois de terminar o segundo grau, Archie freqüentou, por pouco tempo, a Oklahoma University antes de se transferir para a Cartoonists and Illustrators School, em Nova Iorque. Não foi uma decisão fácil, pois teve que ir contra a vontade do pai, que via os quadrinhos como uma profissão "sem futuro". Para essa época já colaborava com ilustrações e cartuns para Hoohah, uma revista-fanzine bancada pela EC. E dizem que, como cartunista, Goodwin tinha um futuro promissório.

Após terminar a escola, em 1958, Archie Goodwin foi trabalhar no departamento de Arte da revista Redbook. Nesse período ajudou Leonard Starr com os roteiros da tira diária On Stage.
Sua carreira na Redbook foi interrompida quando foi chamado para o serviço militar. Inicialmente locado no escritório de datilografia em Fort Dixx, passou quase todo o período de recrutamento em Fort Lee na Virgínia.

Após o serviço militar, Goodwin retornou para o staff da revista Redbook e aí conheceu Anne T. Murphy. Com o tempo eles casariam e teriam dois filhos, Jennifer e Seth.

Enquanto trabalhava na Redbook, Archie Goodwin começou a escrever histórias para Warren Comics. Mais tarde, após renunciar ao seu emprego na Redbook, tornou-se editor da linha de revistas P&B da Warren. Entre essas revistas encontravam-se nada menos que EERIE, CREEPY e BLAZING COMBAT, hoje consideradas clássicas pelos amantes da nona arte. Nessa época ele começou a fazer roteiros para desenhistas do calibre de Reed Crandall, Angelo Torres e Alex Toth, entre outros. Mesmo sendo um roteirista iniciante, Goodwin conseguiu dar conta do recado, criando histórias cheias de tensão dramática e elevada qualidade literária. Numa área em que o verdadeiro talento escasseia, Goodwin não demorou em criar seu próprio espaço.

Mais tarde, na mesma Warren, o roteirista acabaria conhecendo Al Williamson com quem reformularia a "comic strip" Secret Agent X-9 do saudoso Alex Raymond. Nessa época a tira alastrava-se como um cadáver insepulto - apesar dos esforços de desenhistas talentosos como Austin Briggs -, a caminho do cancelamento. A mudança da tira - que passou a se chamar Secret Agent Corrigan - foi radical. Os roteiros, densos e cheios de suspense, somados à arte magistral de Williamson, resultaram em histórias que em nada ficavam a dever aos melhores filmes de espionagem. A tira, graças à contribuição destes dois talentosos criadores conseguiu, assim uma sobrevida de dez anos. E o mais engraçado disto é que foi um trabalho no qual ambos artistas praticamente não embolsaram um tostão. Os tempos dourados da "comic strip" de aventuras há muito tempo não passavam de lembranças e poucos jornais se interessaram por ela.

No final dos anos 60, Archie saiu da Warren para provar sorte na Marvel Comics que ainda não tinha se convertido no mostrengo que acabaria enterrando a indústria dos "comics". Nessa primeira passagem pela Marvel, Goodwin emprestaria suas habilidades de insigne roteirista a vários títulos, entre eles Iron Man, The Incredible Hulk, Nick Fury, Agent of Shield e Luke Cage, Hero for Hire. No início dos anos 70, Goodwin abandonou a Marvel para ir trabalhar na DC como editor da linha "war comics" e, mais tarde, da revista Detective Comics. Foi nessa época que conheceu o desenhista Walt Simonson com quem iniciaria, além de uma sólida amizade, uma das melhores parcerias entre desenhista e roteirista da história das HQ. Essa parceria entre um texto altamente empolgante, visivelmente influenciado pela melhor literatura policial e o traço elegante de Simonson deu lugar ao clássico Manhunter.

Em 1973, Goodwim saiu da DC e foi, por um breve período para a Warren. Daí ele voltaria para a Marvel Comics. Nessa segunda passagem pela Marvel ocupou o cargo de Editor Chefe de 1976 a 1977 e, mais tarde, o cargo de Editor da linha Epic entre 1982 e 1990. E é bom recordar que nessa época de glória a Epic publicava os trabalhos de Mike Kaluta, Jim Starlin e Cary Bates, um atrás do outro. Paralelamente a seu trabalho de editor, Goodwim ainda arrumava tempo para escrever roteiros para Dazzler e Wolverine.

Com o fechamento da linha Epic, Goodwin voltou para a DC onde tomou conta das revistas Starman, Azrael, Batman: The Long Halloween e Legends of the Dark Knigth. Foi nessa época que recebeu a notícia de que estava com câncer. A batalha contra a doença durou oito anos, até sua morte ocorrida no ano de 1998.


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